domingo, 7 de junho de 2015

Poema de cor

Ser desigual mesmo sendo igual
Ter a melhor qualificação
E mesmo assim não ter perfil
Olhado de cima a baixo
A luta contra o cabelo enrolado
Sempre aquele a ser revistado "Ah, preconceito não existe mais
Nego que é muito cismado
Até amigo preto já tive
Que nunca foi discriminado"
"Eu sou branco e tenho orgulho
Se orgulhe de ser preto"

Mas preto só é preto
Quando querem faltar com respeito
No dia-a-dia é "moreninho"
queimado de sol e mulatinho
"Aposto que se não tomasse sol
Seria bem mais clarinho"

Não venha amenizar
Quando lhe é conveniente
Lá no fundo é tudo igual
Lá no fundo é tudo gente
Mesmo se não tiver
Melanina suficiente

Leminski disse um dia,
Que amar é um elo
Entre o azul e o amarelo.
Para Leminski digo: Perdão,
Peço licença poética
Para uma breve correção

Amar é realmente um elo
Mas entre o branco, o preto,
O pardo e o amarelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário