terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Hoje andei pela primeira vez com UMA mototaxista. Não foi nada de especial (e porquê seria?), mas achei importante esse relato. Incrível como me senti confortável pela primeira vez, numa moto com um estranho, no caso, uma estranha. Não teve cantadinha barata, não teve freadinha pra chegar pra frente, não teve pergunta de cunho pessoal e nem teve aquele olhar nojento. Teve só uma conversa sobre o tempo. Uma simples e confortável conversa sobre o tempo.

Não quero generalizar, nem incentivar ódio ou rivalidade entre os gêneros, mas só quero lembrar que não é pq se está diante do sexo oposto, ou do sexo pelo qual você sente atração, que você deve assediar ou agir de maneira irracional. Eu ainda espero andar com um mototaxista que aja da mesma forma, pq eu sei que eles existem rs. Talvez seja apenas uma falta de sorte minha, ou talvez seja mesmo um fator preocupante do machismo no Brasil, que pode começar com cantadas na moto e terminar com um estupro em um matagal. O medo da mulher está sempre presente. E é muito angustiante viver com insegurança e medo.

Fica então a reflexão: mais educação para menos medo. Mais respeito para menos inseguranças.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Espelho


Olhar pra nós mesmos e pensar:
este sou eu.
Um "baque", um choque.
O que sou eu senão um nada no meio de tudo?
O que sou eu senão um tudo no meio do nada?
O que é o tudo senão um nada dentro de mim?
Viver é descobrir o mundo,
mas antes de tudo (ou de nada),
viver é descobrir-se.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Seje Menas

           É engraçada essa ideia engessada que temos do amor. Carinho, parceria, fidelidade, diálogo, sempre contar tudo, saber cada passo do outro, saber o que ele está pensando, com quem anda e do que gosta. Venho me perguntando se esses tipos de relacionamentos são possíveis. Creio que em uma pequena faixa de tempo, sim. Mas chega um momento que essa cobrança toda causa uma enorme saturação. O ato de dar satisfação diariamente é desgastante, como se já não bastante a rotina pra nos desgastar no dia a dia. Sem contar as brigas que a satisfação causa. Aquela eterna dúvida: contar ou não? Se eu contar, ele vai brigar. Se eu não contar, ele vai descobrir mais a frente e vai brigar, depois falar que não sou de confiança porquê escondo as coisas. E daí já surgem milhares e milhares de discussões. “Como vou confiar em quem esconde as coisas de mim? Em quem mente pra mim?”. O amor se torna ódio de maneira fácil, fácil. Nunca vi sentimentos tão opostos caminharem tão juntos. Quem mais amamos, é de quem mais sentimos raiva. 
           Mas voltando a ideia que temos de amor. Desde pequenos crescemos acreditando na existência desse amor perfeito. Hoje já não sei o que penso. Pra mim é tudo tão complexo e envolve tantas coisas. Devo perdoar um erro? Até quantos erros devo perdoar? Devo sentir ciúmes? Até que ponto posso me deixar sentir ciúmes? Devo me meter na vida profissional dele? Até onde vai o meu direito de opinar? É tudo tão complexo que as vezes penso que o certo seria viver como amigos. Aquele amigo que está sempre presente, que nem sempre você fala pra ele do que não gosta pra vocês não brigarem, que as vezes some mas você não se importa porquê sabe que um dia ele aparece, que nem sempre liga, mas quando liga a conversa é ótima. Aquele amigo que tem o direito de errar. A quem você tem a facilidade de perdoar. Aquele amigo que te diz que não sabe o que quer fazer da vida e vocês riem disso juntos. Menos cobrança, acho que é isso. Mas isso gera menos intensidade e menos intensidade pra quem ama não funciona. Porquê o amor é intenso demais e vive de fazer tempestade em copo d’água. Para que o amor consiga se manter ao longo do tempo, acho que ele tem que ser menos ele mesmo. AMOR: SEJE MENAS. Ou como disse Tati Bernardi “Talvez o meu amor tenha aprendido a ser menos amor, só pra nunca deixar de ser amor”.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O conceito de família

O que é família pra mim? Talvez o conceito mais amplo e complexo que existe. Eu acredito na família: homem, mulher e filho. Eu acredito na família: avó e neto. Eu acredito na família: vc e seu cachorro. Eu acredito na família: homem e homem, mulher e mulher. Da forma mais clichê possível eu acredito que família seja amor. A união de seres que escolheram se cuidar, respeitar, amar, enfrentar a dureza da vida juntos. Faz mesmo tanta diferença pra você, qual órgão genital eles têm? Se são diferentes ou se são os mesmos? Que cada um possa formar sua família da maneira que lhe fizer mais feliz. E que o Estado assegure os direitos das famílias formadas com amor. Amor hétero, gay, lésbico, tanto faz. Desde que seja amor.

domingo, 7 de junho de 2015

Poema de cor

Ser desigual mesmo sendo igual
Ter a melhor qualificação
E mesmo assim não ter perfil
Olhado de cima a baixo
A luta contra o cabelo enrolado
Sempre aquele a ser revistado "Ah, preconceito não existe mais
Nego que é muito cismado
Até amigo preto já tive
Que nunca foi discriminado"
"Eu sou branco e tenho orgulho
Se orgulhe de ser preto"

Mas preto só é preto
Quando querem faltar com respeito
No dia-a-dia é "moreninho"
queimado de sol e mulatinho
"Aposto que se não tomasse sol
Seria bem mais clarinho"

Não venha amenizar
Quando lhe é conveniente
Lá no fundo é tudo igual
Lá no fundo é tudo gente
Mesmo se não tiver
Melanina suficiente

Leminski disse um dia,
Que amar é um elo
Entre o azul e o amarelo.
Para Leminski digo: Perdão,
Peço licença poética
Para uma breve correção

Amar é realmente um elo
Mas entre o branco, o preto,
O pardo e o amarelo.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Restrospectiva 2014 ou algo sobre o tempo

                        E acabou. Novamente. Já escrevi aqui sobre os sentimentos de fim de ano, a esperança da renovação, inclusive na última postagem, mas hoje quero falar sobre o que, especificamente o ano de 2014 me trouxe. Um ano bem tumultuado de 7x1 e Dilma x Aécio. Ano de perceber que Brasil não é o melhor do mundo no futebol. Ano de perceber que política realmente não se discute. E que brasileiro realmente não aceita uma opinião diferente da sua, e a classifica como “burra”. Generalizações, como essa que fiz, também são burras, mas a intenção é generalizar mesmo. Por que acho que todo mundo ofendeu bastante o lado oposto nessas eleições. Quanto a minha posição, eu gosto é de quem dá oportunidades pra quem nunca teve, mas isso é assunto pra outro texto. Vamos lá: 2014.
                    Para mim, 2014 foi um ano de grandes reflexões. Trabalhei 1 ano inteiro em um estágio voluntário, não porquê sou uma pessoa boa, mas porquê me traria benefícios para tentar concursos. E o que eu posso dizer: foi o melhor emprego que já tive. Tudo bem, eu só trabalhei em três lugares na minha vida toda, mas mesmo assim é engraçado que o melhor deles tenha sido o que não me pagava. Era aquele serviço que eu não tinha preguiça de ir. Que não me batia aquela depressão e vontade de morrer quando eu tinha que me arrumar pra ir trabalhar. Ele me fez descobrir que eu gosto mesmo é de mexer com gente e, de preferência, pobre. Os ricos tem uma arrogância entre os pensamentos de “eu posso tudo” “você sabe com quem está falando?”, que os torna intragáveis (ok, mais uma generalização, mas grande parte é realmente assim).  Mas o que mais me deixa feliz em relação a esse emprego é a confirmação do que eu sempre pensei: dinheiro não paga realização pessoal. Felicidade pode até pagar, porquê pode me comprar aquela parmegiana de peixe. Mas realização pessoal, não paga. E meus pais estavam errados. Minha família toda estava. Claro que quando eu tiver que sustentar uma família o dinheiro realmente terá grande importância, mas mesmo assim. O que as pessoas buscam hoje em dia não é dinheiro para se sustentar, isso um simples emprego irá te dar. Mas dinheiro para esbanjar,  para comprar o melhor carro, a roupa da marca mais cara e um iphone, ele não pode faltar. Isso para mim não é realização pessoal. Seria ambição pessoal? Enfim, só sei que para mim a realização pessoal vai além disso. Uma comida na mesa, a família por perto, poder acordar todos os dias e se arrumar com felicidade para ir trabalhar, encarar a rotina sorrindo, porquê você faz o que te faz feliz. Aí você nem precisará ter dinheiro para comprar a felicidade, porquê você já será feliz. 
                    Agora o estágio voluntário acabou, o ano acabou e novas coisas nos esperam nesse ano de 2015, que já começa me dando um frio na barriga, pois minha faculdade está chegando ao fim, e uma nova fase da minha vida irá se iniciar: sair de casa, trabalhar, se sustentar e até que enfim estudar/fazer algo que gosto. E parece que foi ontem que eu estava tentando vestibular. Como o tempo passa. Tempo, tempo, tempo, tempo... compositor de destinos. Já dizia Caetano: és um dos Deuses mais lindos.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Adeus Ano Velho

Segunda, 6 de janeiro de 2014, ou primeiro dia do ano. Apesar de ser o sexto, todos nós sabemos que a sensação de ano começando só apareceu hoje, depois da bebedeira, da ressaca, da bebedeira pra curar a ressaca e da ressaca pós bebedeira curadeira. Hoje podemos dizer com calma, sem afobação: Olá 2014. E o que isso muda? Talvez nada e talvez tudo. É só um dia como outro qualquer, mas a simbologia traz consigo o poder de mudar as nossas vidas. Se pararmos pra refletir, o dia primeiro de janeiro, ou o sexto, ou o dia vinte e quatro de maio são, no final das contas, apenas dias, sem diferença alguma. Mas nós, seres humanos, apesar da grande racionalidade precisamos de momentos de esperança, precisamos simbolizar um dia para ser o dia da mudança. Aquele dia em que eu vou prometer iniciar a dieta, que já prometi no ano passado e não cumpri, mas mesmo assim irei prometer novamente. Aquele dia em que vou prometer ter mais paciência, não cometer os mesmos erros, economizar para comprar um carro novo, entre tantas outras promessas. E isso, na minha concepção, não tem nada de ruim. Não acredito que isso seja uma “alienação midiática” ou uma “tradição sem sentido” ou que as promessas não cumpridas sejam hipocrisias. Acho realmente engraçado, gritar a meia noite como se estivesse se iniciando realmente uma vida nova, em uma meia noite que no horário de verão seria na verdade uma hora da manhã, mas que se fossemos observar por esse lado, na sua exata cidade e localização, o fuso horário também não seria exatamente esse. Nós escolhemos o fuso horário. Da mesma forma que escolhemos se o ano será realmente diferente ou não. O sentido está em dar sentido às coisas. E se pra mim aquela “virada do ano” tem sentido e traz realmente mudanças então assim será. E se pra mim aquela promessa tem sentido naquele momento, então eu a farei. A intenção é que a promessa seja cumprida, para que aconteça de verdade a tal mudança, mas se não for também, serviu pelo menos para me fazer feliz, sonhar naquele momento e rir de toda essa cachaçada depois. Continuemos então com a simbologia, com as promessas, porque a nossa vida só muda se tomarmos uma atitude, mas, querermos tomar uma atitude é o primeiro passo para que essa atitude seja realmente tomada. Feliz 2014!